O tempo...essa incógnita...

   Mais uma semana que passou e com ela um novo poema do imperador Meiji para nos inspirar e levar à reflexão.

   O Imperador Meiji nasceu em Quioto a 3 de novembro de 1852 e faleceu em Tóquio a 30 de julho de 1912. Ascendeu ao trono com apenas 14 anos e foi responsável, num período conturbado da história do Japão, pela abertura do país ao exterior e por dar os primeiros passos' no sentido da democracia. 
    Possuidor de uma grande sabedoria, escreveu 125 poemas que cantados de uma determinada forma (na sua língua original) incitam á reflexão, ajudam a desenvolver uma atenção plena e a purificar a mente.

" Tantas pessoas leem o jornal. Por isso se deveria escrever só sobre o que é significativo e não, sobre o supérfluo." eis o poema desta semana.


   Se este poema tinha significado na era Meiji, que diremos nós agora em que a informação quase nos afoga diariamente de estímulos? Que fazemos nós de todo o conhecimento que temos ao dispor?
Isto leva-nos a pensar: o que fazemos nós do nosso tempo? Transporta-nos para o último poema aqui referido:
" Mesmo uma pessoa ocupada pode arranjar tempo para fazer aquilo que realmente queira". 

    Que fazemos nós numa encruzilhada de horários, compromissos, de tempo fugidio... esse tempo que não existe senão no tempo presente, que nos engana tantas vezes com o passado e o futuro onde nada existe porque ou já passou ou ainda está para vir? Dispersamos, passamos horas a fazer coisa alguma, a navegar num mar de coisas vagas que não levam a lado nenhum. Se calhar o segredo é conseguir, com o tempo, eliminar esse ruído e conseguir reter o que realmente é importante, o que não é supérfluo. Porque nas nossas vidas temos que escrever o que realmente importa.
   Talvez assim sobre tempo para se fazer o que realmente se queira.
Com isto não digo que o ócio não seja necessário, que o nosso caminho não esteja cheio de coisas supérfluas que sirvam para nos fazer perceber o essencial, mesmo que este seja invisível aos olhos.
Quem é que já não passou um dia ou uma tarde numa atividade que no fim só deixou a sensação de perda de tempo, de inutilidade? Quantas vezes não nos deixamos arrastar num marasmo de alienação? Sem fito algum...
   O nosso tempo presente é precioso, é o que de mais concreto nos oferece a vida, há que aproveita-lo da melhor forma, estabelecer prioridades, sem arrependimentos, sorver da fonte imensa de informação que nos rodeia, o essencial.
Boa noite!


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