Emigração

Há umas décadas, assistimos a um êxodo de portugueses para outros países, em busca de um futuro melhor. Deixaram saudades, terras, casas, esvaziaram aldeias. A maioria, com poucas habilitações, com nenhum conhecimento da língua estrangeira, alguns sem saber ler ou escrever, debandaram num ato de coragem, tão característico do nosso povo, numa astúcia que nos é muito própria, um instinto de sobrevivência.



Assim mostrámos coragem, capacidade de trabalho, alicerçámos a nossa fama, derrubámos a hostilidade dos outros países. 
Esses homens e mulheres sonhavam um dia voltar, com a vida feita,os filhos criados, na esperança que este pais, pudesse então proporcionar aos filhos o que a eles lhes tinha sido negado. 
Redonda ilusão! 
O país cresceu, tornou-se um país de doutores e licenciados e agora a história repete-se, de outra forma. Desta vez não são os menos desfavorecidos, com menos diferenciação. Agora não é  a força braçal mas sim a intelectual que parte à procura da estabilidade merecida.
Vejo amigos, familiares, lutadores, que empenharam uma vida em prol de um canudo, partir...Deixar  para trás a família, os amigos e rumar ao desconhecido, à hostilidade de um pais que não é o seu. O ter que desbravar um sistema laboral estranho, lutar o dobro para conseguir o próprio espaço. Para muitos o bilhete é só de ida.Uma geração com maior capacidade de adaptação, que consegue com esforço tornar o país estranho no seu. Que se recusa a perder qualidade de vida com o regresso a Portugal. 
Vejo assim um país que investiu ao longo de anos na formação dos seus, para agora os perder. Vejo a nossa capacidade cientifica e cultural debandar, sem regresso!



Com admiração pela coragem de partir, desejo a todos o que no passado ou no presente deixaram o país à procura de uma vida melhor, que não desistam e que mostrem ao mundo o valor dos Portugueses!

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