Escritos e escrita ...



A escrita absorve-me  de tal forma que às vezes até a evito por se tornar cansativo.  A frequência cardíaca aumenta,  os circuitos mentais aceleram, as palavras saltam em catadupa  num frenesim de criação. Sinto-me por vezes em transe e alheio-me da realidade. Talvez por isso não me seja fácil escrever de novo. Implica alguma disponibilidade de tempo e disponibilidade mental . 
Ao fim de oito anos após o lançamento de " o Ninho", um pequeno romance terno escrito na faculdade, sinto que é o momento de arregaçar as mangas e lançar mãos á obra.




Porque faz todo sentido, sei que é este o momento. Para vos aguçar a curiosidade, deixo-vos aqui o primeiro parágrafo, com a garantia de que não se trata de um livro de caminhadas como podem vir a supor, mas sim um livro sobre a vida. 




            " O fogo crepitava na lareira ao fundo da sala, amornando o ambiente e despertando nuances de luz e calor. Nas proximidades, calças, meias e camisolas, estendiam-se em fios a secar, numa profusão de cores. Lá fora, a neve não dava tréguas, batia nas janelas como num beijo doce, desfazia-se em lágrimas no calor do vidro. No ar um burburinho de vozes cansadas, mas felizes. Numa partilha de experiências, abriam os mapas sobre as mesas de madeira... as histórias ecoavam como prémios numa competição sem nome. Por hoje o dia estava terminado, esticavam os músculos entorpecidos pelo esforço e amoleciam na expectativa da única refeição quente do dia. Alguns olhares perdiam-se num sono antecipado, o corpo pedia descanso e algumas horas de sono. Amanhã seria um novo dia. Caso a neve o permitisse..."

Agora resta-vos esperar mais 10 anos até que o termine.... ( brincadeira )!

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