2018, mandalas e outras andanças...


Os dias correm sem que neles nada os diferencie... mas aquele dia, o dia 1 de janeiro, é para muitos um dia para assinalar um novo começo, uma nova partida. Um virar de página. Agarrados à magia que encerra o final de um ciclo e o início de outro. Numa questão de segundo, tudo parece brilhante e otimista. Tudo o que não se cumpriu no ano anterior parece esquecido, os sonhos ganham vida, uma nova esperança nasce. Se isto faz sentido? Talvez não. Mas uma grande maioria de nós tem uma esperança infundada nestas mudanças. Nada como um início de semana, de mês, de ano para começar uma dieta, um projeto, uma mudança de estilo de vida. 
Mas não é apenas uma viragem de segundo? Tão semelhante  ao que o precedeu no ano anterior? Talvez...   mas mesmo tendo percepção desta ilusão eu não escapo a este misticismo do novo ano. Entrei em 2018 na companhia de família e amigos. Convicta, com uma convicção inabalável de que 2018 será um ano cheio de realizações. De que vai ser um ano realmente diferente.
Esta convicção tem sido posta à prova por diversas vezes mas ainda assim permanece. Ao fim de dois meses e pouco, já tive momentos de sofrimento, de doença, de trabalho extenuante a por à prova a minha vocação. Já me questionei mil vezes sobre os meus objectivos de vida, sobre o que fazer no futuro. E coisas boas aconteceram, pequenas vitórias, mudanças, decisões, sinais de prosperidade. A verdade é que mesmo as adversidades podem ser fonte de aprendizagem. São esses momentos que nos fazem evoluir. E que nos impelem a mudanças e a novas oportunidades.
A verdade é que 2018 tem sido intenso. Com tudo o que isso encerra: de fácil e difícil.

As mandalas surgiram há algum tempo na minha vida, com o fascínio que lhes é inerente pela sua natureza.

São círculos sagrados que representam a grandiosidade do universo e tudo o que ele encerra. Sem princípio nem fim, num círculo. Desenhar uma mandala não é só um exercício artístico, é acima de tudo um momento de meditação. Tudo tem o seu significado: as cores usadas, os símbolos, os materiais e tudo surge intuitivamente.

Tudo tem a sua ordem, as soluções surgem com o intuir das horas, as cores escolhem-se a si próprias. Quando se desenha ou pinta uma mandala, os segundos perdem-se no tempo que fica suspenso. Os pensamentos organizam-se, a alma apazigua-se. É o momento de fazer as pazes com a vida! Hoje cheguei a casa com o mundo às costas. Uma semana de trabalho intenso, sempre em contra-relógio, sem tempo para ter tempo. Cheguei cheia de angustias, cansaços, dores minhas e alheias. Sem espaço para os outros, sem espaço para a tolerância e para a aceitação. Procurei o meu canto, as minhas cores. Mandalei e meditei.
Namasté.


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