Marie Kondo - a mágica da arrumação

Descobri este livro por um mero acaso, quando pesquisava algumas coisas sobre minimalismo. Não que eu queira despir a casa e torná-la asséptica e branca, mas porque me sinto por vezes atulhada em coisas e acho que neste momento faz todo o sentido simplificar. Porque para mim o minimalismo é viver com o que é essencial. Não conto com isto passar a dormir no chão, dar o meu sofá, almofadas e as milhares de coisas de que gosto. Mas desejo sim ficar apenas com o que gosto.

Este livro lê-se rapidamente, num abrir e fechar de olhos. Mas engana-se quem pensa que é um simples manual de organização. Ao seguir os conselhos deste livro, a pessoa obriga-se a enfrentar cada objeto, o seu significado, porque foi comprado, por quem foi dado, as sensações que despertou. E acreditem que é como uma viagem no tempo, mexe com os nossos sentimentos mais remotos, alguns já escondidos debaixo de anos de um esquecimento consciente. Fico perplexa com a imensidão de coisas que acumulamos, numa tentativa de encontrar a felicidade. É uma catarse livrares-te de um peça de roupa que nunca usaste porque a compraste num impulso e afinal fica-te mal. Porque de cada vez que olhas para ela sentes o mal estar do consumo não ponderado. É bom deixar para trás aquele livro que compraste em promoção e que afinal não conseguiste ler porque nem era bem o teu género. É bom enfrentar aquela pilha  imensa de materiais de artesanato, que compraste numa fase de insatisfação profissional profunda, a pensar que poderias mudar a tua fonte de rendimento, ou de forma a poderes esquecer essa insatisfação. Claro que não são só sentimentos de tristeza ou remorso. Há muito prazer em reencontrar aquela fotografia especial que vais querer guardar, ou aquele livro que adoras e colocas na estante com orgulho. Passo a passo, nesta escolha vais-te definindo. E libertando. Para além do mais, o enfrentares para cada coisa a decisão de ficar com ou descartar apura a tua capacidade de decisão. 
É cansativo, exaustivo, mexe com o passado, mas obriga-te acima de tudo a viver o presente. De que te adianta guardar mil e um objetos porque um dia foram importantes para ti se agora nada mais te dizem. Tiveram já o seu papel, nada adianta guardá-los se agora já não te fazem feliz. Há que viver no presente, com tudo aquilo que é importante para nós agora. Sem arrependimentos. 

Experimentem! É uma viagem muito interessante à volta do que somos!

Boa noite!

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