Feliz Ano Novo

Não sei bem se consigo dizer alguma coisa de jeito daquilo que foi o meu último ano. Que sou uma pessoa cheia de sorte, com um bom emprego,saúde, uma família fantástica,uma casa linda e um mínimo de dinheiro para ir satisfazendo os meus caprichos e os da minha família ?
Que isso devia bastar, nem devia sequer emitir um pequeno gemido de insatisfação, mas a verdade é que o ser humano é por natureza insatisfeito e como tal eu não fujo a regra?
Estou para aqui a pensar porque raios toda a gente desata a fazer de balanços de vida nesta altura do ano, como se a passagem de 31 de dezembro para 1 de janeiro fizesse toda a diferença. A verdade é que a data funciona como catarse, como uma segunda oportunidade, um marco onde se pode recomeçar, arrumar o que foi mau, encher a agenda de projetos possíveis e impossíveis!  Pensar supersticiosamente que o ano que foi não volta mais, e o que o próximo será melhor.  Uma forma de catalogar a vida! E todos os anos o ritual  repete-se. 
Como já disse, tenho tudo para ser feliz, mas 2013 foi mesmo um ano de crise existencial! Não sei se as noites de trabalho me vão embutando o espírito, mas com o passar do tempo zanguei -me com a Medicina e com a forma como  hoje em dia se faz Medicina! Sinto que cada noite  me vai roubando  destreza mental, sinto um cansaço imenso, que se prolonga ao longo dos dias até à noite seguinte! E assim se passam as semanas. 
Descobri nos últimos anos, que gosto de muita coisa. Foi se calhar isso que me perdeu! Foi o descobrir que há tanto que fazer, tanto que aprender...  Depois de um 2012 preenchido, em que re- descobri a música, o artesanato e a literatura  e num ritmo alucinante tentei mantê-los simultaneamente com o meu ganha pão,  veio 2013, em que as forças foram diminuindo e descobri que os  hobbies não sustentam e o que me sustenta não me realiza. Triste... Sinto que tenho tanto que dar ao mundo, que só  preciso de encontrar o caminho certo! 
E forma de ir vivendo sem tanta angústia enquanto andar perdida...
Um bom 2014.
Cá nos vamos encontrado no sítio do costume! 

Comentários

  1. Como te entendo... mas como diz o sábio povo: " o que não tem remédio, remediado está!". Diante disso, vou tentando me alienar do que vai mal da Medicina e fazer cada vez melhor aquela que pratico. A recompensa do doente satisfeito, dá algum alento... acredita. Beijinhos.

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