Carta...



A letra escorre da pena como água de uma nascente, fresca, palpável, cheia de significado, capaz de saciar  quem  dela se quiser deleitar. A história flui, sem memória de outra igual, pelos veios de um pergaminho velho. O olhar pousa num passado distante, já esquecido e perde-se imaginando o presente. No contínuo de um tempo que não existe. Sem querer, uma gota de tinta, lasciva, dispersa-se num borrão no amarelo envelhecido, revelando a pressa de quem escreve. Com uma irritação de quem procura a perfeição, o mata borrão absorve, aborrecido, o excesso, deixando clara novamente a mensagem. Redonda e curva a letra imagina-se mulher, cheia de excessos e promessas. Numa melodia suave,  de histórias que não nos pertencem, a carta termina, com a identidade de quem escreve. No vazio que resta, fica a esperança de uma resposta...

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