CUME

" Tão alta parece a montanha, que arranha o grande Céu. Se não te deres por vencido e começares a subir, por certo encontrarás um caminho." Imperador Meiji

    Este poema faz-me pensar que a minha forma temerosa de enfrentar a montanha, reflete também a minha postura perante a vida. Perante a imponência de um cume e da imponderabilidade da natureza, assusto-me e recuo. E assim sou na vida, receosa de novos desafios, de novas experiências. No entanto, tal como na montanha, também na vida respiro fundo e parto, enfrentando os medos. Suponho não ser caso raro e isolado, julgo mesmo que pelo contrário, pertenço a uma maioria. Mas seguramente sei que se não me der por vencida chegarei ao cume em segurança. Que se não enfrentar os meus medos, a frustração virá. Ficará por descobrir o que ficou por ver. E esse sentimento é intolerável. Desta forma, há que encarar a vida e a montanha como desafios que, quando vencidos, nos dão um sensação de plenitude. Quer perante uma paisagem a perder de vista ou a oportunidade de uma vida melhor. A subida não é fácil, a mochila pesa, o ar torna-se rarefeito, cada passo é uma vitória. Desistir não faz parte. Sempre que parti por aí à aventura, em algum momento do percurso, a vontade de desistir surgiu.  Mas também em todos eles, empurrei a inércia e continuei. Em todas eles pus à prova a minha resistência e resiliência. Sinto que de alguma forma essas experiências me preparam para a vida. E assim espero continuar a fazê-lo...

    Venham mais montanhas para subir.